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Journal Article

Citation

Marques ES, Moraes CL, Hasselmann MH, Deslandes SF, Reichenheim ME. Cad. Saude Publica 2020; 36(4): e00074420.

Vernacular Title

A violência contra mulheres, crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela COVID-19: panorama, motivações e formas de enfrentamento.

Affiliation

Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Copyright

(Copyright © 2020, Escola Nacional De Saude Publica)

DOI

10.1590/0102-311X00074420

PMID

32374808

Abstract

... Factors that increase women’s vulnerability to domestic violence

Based on the ecological model proposed by the WHO to summarize the main individual, relational, community, and social dimensions that act synergistically in the occurrence of violence 37, the health, economic, and social crisis of the COVID-19 pandemic and the necessary measures to confront it can greatly increase the risk of violence against women. For many women, the necessary emergency measures in the fight against COVID-19 increase their load of housework and care for children, the elderly, and ill family members. Restrictions on movement, financial constraints, and widespread insecurity also encourage abusers, giving them additional power and control 11.

The pandemic also has repercussions at the ecological model’s community level, to the extent that it decreases social cohesion and access to public services and the institutions comprising individuals’ social support networks. The search for help, protection, and alternatives are jeopardized by the suspension or reduction of activities in churches, daycare centers, schools, and social protection services, as well as by shifting priorities in health services to actions targeted to care for patients with respiratory symptoms and suspected and confirmed cases of COVID-19. All these factors contribute to the persistence and aggravation of preexisting situations of violence.

At the relational level, longer time in contact with the aggressor is a central factor. In addition, due to the reduction in the victim’s social contact with friends and family, the possibilities are reduced for the woman to create and/or strengthen a social support network, seek help, and escape the situation of violence. Daily around-the-clock contact, especially in low-income families living in housing with few rooms and overcrowding, reduce the possibilities for filing complaints safely, thus discouraging women from making this decision.

The following individual factors can lead to aggravation of the violence: the aggressor’s increased stress due to fear of falling ill, uncertainty about the future, impossibility of social contact, the imminent threat of reduced income (especially in the underprivileged classes, where a large proportion make their living from informal labor), and the consumption of alcoholic beverages and other psychoactive substances. Overload on the woman with housework and care for the children, elderly, and sick family members can also reduce her ability to avoid conflict with the aggressor, in addition to leaving her more vulnerable to psychological violence and sexual coercion. Fear of violence also affects her children, confined to the house, another paralyzing factor that hinders the search for help. Finally, financial dependence on the husband due to the economic stagnation and the impossibility of informal work due to the quarantine also reduces the possibility of breaking away from this duress.

Factors involved in violence between parents and children

According to the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), some 1.5 billion children and adolescents worldwide are out of school due to the closing of teaching institutions to help contain COVID-19 14,38,39. In Brazil, public and private daycare centers, schools and universities are also closed. As commented above, in many regions of Brazil, the closing of commerce (except for what are considered essential services), companies etc., has stimulated remote work (telework) for most workers. The dynamics of families with young children and adolescents has thus required greater effort by parents and guardians who need to reconcile telework, housework, and care for the children ...


Language: pt

Vernacular Abstract

...
Fatores que ampliam a vulnerabilidade de mulheres à violência doméstica

Resgatando-se o modelo ecológico proposto pela OMS para sintetizar as principais dimensões individuais, relacionais, comunitárias e sociais que atuam de forma sinérgica na ocorrência das violências 37, percebe-se que a crise sanitária, econômica e social trazida pela pandemia COVID-19 e suas necessárias medidas de enfrentamento podem aumentar, sobremaneira, o risco de violência contra a mulher. Para muitas mulheres, as medidas emergenciais necessárias para lutar contra a COVID-19 aumentam o trabalho doméstico e o cuidado com crianças, idosos e familiares doentes. Restrições de movimento, limitações financeiras e insegurança generalizada também encorajam os abusadores, dando-lhes poder e controle adicionais 11.

A pandemia também traz repercussão no nível comunitário do modelo ecológico, na medida em que diminui a coesão social e o acesso aos serviços públicos e instituições que compõem a rede social dos indivíduos. A busca por ajuda, proteção e alternativas está prejudicada devido à interrupção ou diminuição das atividades em igrejas, creches, escolas e serviços de proteção social, bem como pelo deslocamento das prioridades dos serviços de saúde para as ações voltadas à assistência aos pacientes com sintomas respiratórios e casos suspeitos e confirmados de COVID-19. Esses fatores contribuem de modo a favorecer a manutenção e o agravamento das situações de violência já instaladas.

No âmbito relacional, o maior tempo de convivência com o agressor é crucial. Ademais, ao se reduzir o contato social da vítima com amigos e familiares, reduzem-se as possibilidades de a mulher criar e/ou fortalecer uma rede social de apoio, buscar ajuda e sair da situação de violência. A convivência ao longo de todo o dia, especialmente entre famílias de baixa renda vivendo em domicílios de poucos cômodos e grande aglomeração, reduzem a possibilidade de denúncia com segurança, desencorajando a mulher a tomar esta decisão.

Na dimensão individual, podem ser estopins para o agravamento da violência: o aumento do nível de estresse do agressor gerado pelo medo de adoecer, a incerteza sobre o futuro, a impossibilidade de convívio social, a iminência de redução de renda - especialmente nas classes menos favorecidas, em que há grande parcela que sobrevive às custas do trabalho informal -, além do consumo de bebidas alcoólicas ou outras substâncias psicoativas. A sobrecarga feminina com o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, idosos e doentes também pode reduzir sua capacidade de evitar o conflito com o agressor, além de torná-la mais vulnerável à violência psicológica e à coerção sexual. O medo da violência também atingir seus filhos, restritos ao domicílio, é mais um fator paralisante que dificulta a busca de ajuda. Por fim, a dependência financeira com relação ao companheiro em função da estagnação econômica e da impossibilidade do trabalho informal em função do período de quarentena é outro aspecto que reduz a possibilidade de rompimento da situação.

Fatores envolvidos com a violência entre pais e filhos

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), cerca de 1,5 bilhão de crianças e adolescentes em todo o mundo está fora da escola devido ao fechamento das instituições de ensino como iniciativa para a contenção de casos da COVID-19 14,38,39. No Brasil também houve a interrupção das atividades nas creches, escolas e universidades públicas e privadas. Como já comentado, em muitas regiões no país, o fechamento do comércio (exceção para os serviços considerados essenciais), empresas etc., estimulou a realização do trabalho remoto (teletrabalho) para a maior parte dos trabalhadores. Com isso, a dinâmica das famílias com crianças e adolescentes tem exigido um esforço maior dos pais, responsáveis e/ou cuidadores que necessitam conciliar o trabalho remoto, o trabalho doméstico e o cuidado com os filhos.

Reforçando alguns aspectos pontuados na publicação da The Alliance for Child Protection in Humanitarian Action 40 e na declaração de líderes de organizações comprometidas com o combate à violência contra a criança e adolescente 39, bem como nas questões abordadas anteriormente ao se discutir a violência contra a mulher, acrescentamos outras repercussões que a COVID-19 e suas estratégias de enfrentamento podem trazer para o aumento do risco de violência contra crianças e adolescentes ...

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